quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Entre Culturas

No período de 19 a 21 de agosto de 2011, o Centro de Formação Intercultural Indígena – CEFI, instituída em 23 de setembro de 2010, realizou o primeiro Seminário denominado Entre Culturas: Um Novo Olhar na Formação de Lideranças Indígenas para Sustentabilidade de seus Territórios”. esse evento contou com apoio da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, por meio da Coordenação Geral de Educação – CGE, Fundação Garibaldi Brasil – FGB, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, ao Desporto, Preservação e Manutenção do Patrimônio Histórico e Cultural do Município de Rio Branco - Lei nº. 1.324/99, a Universidade Federal do Acre – UFAC, que cedeu o Professores Doutores, Simone Lima de Souza, que mediou o tema Formação, Sustentabilidade, Identidade, Território, Memórias, Linguas e Mitos. Célia Gouveia, que mediou o tema Educação Intercultural e o PET Indígena e Francisco Gilberto Dalmolin, que mediou o tema Educação Superior Indígena e a Educação Intercultural, que também Pro Reitor de Extensão, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, que cedeu o Drº, Pesquisador Moacir Haverroth, que mediou o tema Desenvolvimento Sustentável, Etno Desenvolvimento, Territórios Indígena e o Dialogo Interculturais, Sustentabilidade e Educação, o Banco do Brasil S/A, agencia bosque que convertei o bônus fiscal em dinheiro e a Ouvidoria da FUNAI que disponibilizou Drº. Paulo Celso de Oliveira como mediador no tema, o Estado Brasileiro, da Tutela ao Indigenismo Contemporâneo, o Estado e os Povos Indígenas no Brasil e pela Coordenação Regional, Juan Negretti, Indigenista Especializado que tratou sobre a reestruturação da FUNAI.
Contamos também a colaboração do senhor Francisco Avelino Batista, representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB na Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB, sendo o debatedor nas três mesas.
O seminário contou a participação da comunidade Shanenawa da aldeia Morada Nova, Terra Indígena Katuquina/Kaxinawa, localizada no município de Feijó – Acre, da Comunidade Kaxinawa da aldeia Colônia 27, localizada no município de Tarauacá – Acre, das lideranças Jaminawa, Valdo Melendre Jaminawa e Josimar Barreto Jaminawa da aldeia Betel, Terra Indígena Mamoadate, localizada no município de Assis Brasil – Acre, dos Acadêmicos Manchineri na Universidade Federal do Acre – UFAC.
Após os três dias de palestras e debates, pudemos visualizar as principais diretrizes de formação que o Centro de Formação Intercultural Indígena – CEFI, poderia disponibilizar as comunidades indígenas no Estado do Acre, Noroeste do Estado de Rondônia e Sul - ocidental do Estado do Amazonas. O segundo passo a após o seminário será consolidar o documentado do seminário, elaborar o projeto Político Pedagógico e buscar parceiros, técnico e financeiros para implementar as atividades.
É necessário construirmos essas parcerias para conseguirmos atingir nossos objetivos, está claro para as lideranças, que o futuro significa fortalecer cada vez a cultura indígena, mas também a incorporar novas tecnologias para auxiliar na gestão dos recursos naturais existentes nos territórios indígena.
 “500 anos de luta, mas a gente acompanha as discussões, agora na AL. Isso é uma conquista. Tem muita gente querendo trabalhar com os índios, mas tem muitos que tem preconceito. TI tem 305 ha. Muitas TI tem muitos recursos naturais. Quando se fala da história de vida da colônia 27, muita gente não acredita.  Muita gente pergunta onde nos plantamos nossas espécies, mundubim, etc. ... 04 km de caminhada até Tarauacá, sendo 25 minutos de bicicleta. Antigamente, nos vivíamos sem muitos brancos estarem impedindo nossa caçada, nossa pesa, frutas nativas da mata. Vejo muito parentes sofrendo ainda mais dos que nos. A nossa luta de buscar apoio. Se fossemos como outros parentes, como o branco,  porque somos todos seres humanos. A terra cria e a terra come. Muita gente não valoriza as suas pessoas, não sabe conviver em sociedade, são doutores, mas não valorizam suas pessoas, tem dinheiro, mas são orgulhosos, para nos, o que importa é respeitar os outros, os mais velhos, os professores, o s pajés. Isso é bom para nós, respeitar todos.  Quero dizer que nossa luta no, Vinte e Sete, foi difícil, mas hoje estamos bem”. (Raimundo Gomes Kaxinawa, liderança da aldeia Colônia 27 – Tarauacá – Acre).
 “Em Manaus, a COIAB também tem um centro de formação. Tem-se formado gestores de projetos e  gestores ambientais. Assim, formando novas lideranças indígenas. O CEFI também tem essa importância, formando lideranças nos temas de interesse. A educação, no entanto, tem ficado mais esquecida, sendo, no entanto, prioridade de ser discutida. Há necessidade de o movimento priorizar a educação.
Quando Jorge Viana entrou, ajudamos a construir as políticas. Juntou-se movimento contra construção da BR na TI Katukina na época. O momento é de começar a discussão de construção de políticas. Caiu-se de Secretária Extraordinária para Assessoria. Também houve discussão do Conselho de política indigenista estadual, porém, não houve avanço. Há necessidade de se colocar na pauta de discussão novamente com os parlamentares e dirigentes políticos”(Francisco Avelino Batista, representante da COIAB na APIB).

Nenhum comentário:

Postar um comentário